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Problemas práticos do romantismo teórico – XXII

Eu nunca gostei muito de conviver com ex-namorados de atuais namoradas. Não, não que eu seja do tipo ciumento que nem gosta de ouvir uma garota falar de um ex ou se sente inseguro e passivo-agressivo sempre que assuntos do passado vem à tona – eu posso falar dos meus tempos de colégio militar durante horas mas isso não quer dizer que eu vá sair correndo pra comprar uma boina, por exemplo – e também não é o caso de eu ter qualquer problema com a idéia de uma namorada conviver ou ter uma amizade com um ex-namorado, desde que termos como “colorida”, “recaída”, “eu tinha bebido” ou “com esse cabelo novo ele tava parecendo você” não apareçam subitamente na discussão. Been there, done that, sei que não é bacana.

Na verdade o grande problema com os ex-namorados da sua namorada, e que gira num campo totalmente conceitual e quase nada pessoal, é o de que eles te lembram de um fato desagradável, nada animador e no qual você definitivamente não quer pensar quando está com alguém: o de que você provavelmente também vai ser um ex-namorado, mais cedo ou mais tarde.

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Arquivado em romantismo desperdiçado, situações limite, teorias

Problemas práticos do romantismo teórico – XV

Ainda nos tempos do colégio eu e um amigo tínhamos a chamada “Teoria da ex-namorada”. Ela consistia numa crença de que a sua futura namorada seria, de uma certa forma, escolhida pela sua ex-namorada, já que o perfil de garota que você buscaria num novo relacionamento seria claramente influenciado pelo perfil de garota com quem você se relacionou anteriormente, numa relação de causa e efeito que poderia ser retomada até o seu primeiro beijo e faria com que Viviane, aquela inocente menina de nove anos que morava na casa ao lado fosse responsável por esse seu relacionamento doentio com Lucinha, essa nada inocente garota de 27 anos que dorme com o cara que mora na casa ao lado e nem disfarça, essa vaca.

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Problemas práticos do romantismo teórico – Digressão Especial

Uma tendência que eu noto em várias pessoas desde os tempos dos relacionamentos adolescentes (cheios de confusão, exageros e problemas) até hoje, na época dos relacionamentos adultos (cheios de confusão, exageros e problemas, só que sem isenção do imposto de renda) é uma grande propensão a, em momentos de grande pressão ou desalento emocional, recorrer a ex-namorados (ou namoradas). Sim, quando a carência bate forte,quando a solidão aperta, quando a vida de solteiro parece complicada demais (e qualquer pessoa que já foi até o Mariozinho’s aqui do Rio comigo e com os caras sabe que ser solteiro pode parecer bem complicado nessas horas), muita gente, assim como o Leão da Montanha, apenas grita “saída pela esquerda”, e recorre emergencialmente a um ex. Mas não, não da forma totalmente digna como a maior parte de nós homens faz (através de sms, de madrugada, bêbado, sentado do lado de fora de uma boate e abraçado a uma garrafa de tequila, o que evita qualquer traço de lembrança do evento no dia seguinte), e sim da forma totalmente errada,que é realmente voltando de cabeça para aquele relacionamento que, cinco minutos atrás, era tudo que de pior poderia existir no mundo, junto com a auto-ajuda e a internet discada.

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