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5 plot twists que temi nos 15 minutos finais do filme “garota exemplar”

Celebrity Sightings In Los Angeles - October 30, 2013

plot twist #78 – O que parecia ser um plano de Nick Dunne para se livrar de Amy Dunne e que depois viemos a saber que era na verdade um plano de Amy Dunne para se livrar de Nick Dunne era na verdade um plano de Nick Dunne para que Amy Dunne achasse que tinha conseguido colocar em prática seu plano para se livrar de Nick Dunne quando na verdade Nick Dunne é que o tempo todo havia planejado se livrar de Amy Dunne fazendo com que ela voltasse com Desi Collings, que estava no plano junto com Nick pois queria Amy Dunne de volta mas não sabia que Nick esperava que ele fosse assassinado por Amy e Amy fosse presa.

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Problemas práticos do romantismo teórico – XXV

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Poucas coisas são mais complicadas quando se trata de relacionamentos humanos do que conseguir dimensionar corretamente a impressão que você deixou em alguém. Não existem indicadores claros, não existem regras de proporcionalidade, não existe nenhuma sistemática que oriente ou regule o quanto você lembra de alguém em relação ao quanto essa pessoa se lembra de você.

Pessoas que você se esforçou por anos pra esquecer em quinze dias nem lembravam mais o seu nome, aquele telefonema que você lutou contra si mesmo durante meses para não fazer mas acabou realizando num momento de bebida e fraqueza é respondido com um “mas marcos? qual deles? o da academia?” e você ficou sabendo através de amigos que aquela garota que na sua cabeça está indexada como “a garota que foi embora” se refere a você em eventos sociais como “o carequinha que falava engraçado”.

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Mais adições ao guia pessoal de desconfortos do cotidiano

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#Ser apresentado a uma pessoa, não conseguir guardar o nome dela, não ter mais contato com ela, não se preocupar. Meses depois topar com essa pessoa por acaso, descobrir que ela guardou seu nome, descobrir que ela por alguma razão está interessada em falar contigo. Ter momentos de terror durante uma conversa na qual ela se refere a você pelo nome em toda e cada uma das frases, o que apenas evidencia o quanto você não sabe o nome dela, já que ela se refere a você como joão e você se refere a ela como “cara”, “velho”, “prezado”, “dileto”, “querido” e “bacharel”, o que parece uma referência aos trapalhões mas é apenas um sinal de desespero. Passar o resto da vida evitando essa pessoa em ocasiões profissionais e pessoais mesmo que pra isso você precise atravessar ruas, trocar de vagão no metrô e num dado momento abandonar um prato semi-feito num restaurante self-service.

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Registros de uma vida na sociedade do fail

lasier

Como qualquer um sabe, nunca antes a humanidade viveu num ambiente em que é tão fácil deixar para trás registros e memórias de si mesmo. Se os homens pré-históricos deixavam pinturas em cavernas, os povos antigos desenvolveram alfabetos e criaram os primeiros registros literários, e na era moderna chegamos a produção em larga escala de livros, ao registro em filme e foto, a acumulação de dados, hoje vivemos num período em que uma pessoa média pode fazer uso de um sem número de formatos para registrar seus atos. Temos fotos no instagram, temos vídeos no youtube, temos redes sociais onde podemos narrar cada passo do nosso dia, sendo limitados apenas pelo nosso próprio senso de constrangimento e pela volume de pessoas replicando “jovem, qual é a necessidade disso?” na nossa timeline. Continuar lendo

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Não culpe a internet por não falar mais com a sua tia

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Depois de passarmos um bom tempo defendendo que a tecnologia iria resolver todos os nossos problemas – “viagens espaciais, vida eterna, queijo em spay!”- a tendência mais recente é falar que a informatização, os celulares e a internet são os grandes culpados por tudo. Nossos jovens são violentos por causa dos videogames, nossas famílias são distantes por causa dos celulares, nossos relacionamentos estão em frangalhos por conta dos computadores.

E de todas essas teorias vagamente apocalípticas, uma das que mais me intrigou sempre foi a ideia de que a evolução dos meios de comunicação e o desenvolvimento da internet estariam servindo para nos afastar das pessoas. Por causa do facebook não fazemos amizades, por causa do skype não saímos mais, por causa do twitter não conversamos de verdade, por causa do orkut gastamos nosso dinheiro com moedas para o jogo da fazendinha. E essa teoria sempre me fascinou porque, se você pensar bem, ela obviamente não passa de uma desculpa esfarrapada.

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Dos robinhos da maldade, dos denílsons da babaquice

denilson

Por mais que nós tenhamos consciência de como o mundo é duro, a realidade é complexa e nem sempre aqueles ideais de amizade, harmonia e um coleguinha emprestando o giz de cera pro outro, que aprendemos em casa e na escola, conseguem ser diretamente aplicados por todos na vida real, é sempre um certo choque quando somos obrigados a aceitar que alguma pessoa, seja ela próxima ou distante, está agindo de forma deliberada visando nos prejudicar. Afinal, na nossa narrativa pessoal nós somos os protagonistas, na nossa visão de mundo nós somos os mocinhos, no star wars de cada um somos todos Luke Skywalker e ninguém quer ser Darth Vader (ainda que eu pessoalmente ache mais bacana ser o Lando por que nada supera o combo capa e bigode).

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Sobre breves limites pro seu repertório pessoal de mentiras inofensivas e inverdades de tonteio

 

koenig-stiv#Não que você seja surdo ou tenha algum problema, mas você não ouve muito bem. Quando as pessoas falam você precisa olhar pra elas, quando telefonam você precisa pedir pra repetir, odeia ver filme dublado porque precisa ficar voltando. Mas ao mesmo tempo você não gosta de importunar. Acha chato dizer “como?”, não gosta de mandar um “desculpa?”, então você desenvolveu com o tempo um estilo de escuta passiva que consiste em apenas sorrir, as vezes até rir mesmo e dizer “ahhhh, claro” ou “ahaaaam”. Você usa isso com a chefe, mas depois pede confirmação por email, você usa isso com a namorada, quando sabe que ela tá irritada demais pra repetir o que falou, você usa isso com sua mãe, quando ela fala muito rápido, muito baixo e você sabe que o assunto não é importante. Aí um dia sua mãe bate na sua porta e diz que já comprou os ingressos pro show. Que show? Oswaldo Montenegro. Que ingressos? Vocês tinham combinado. Mas como? Pelo telefone. Quando foi isso? Semana passada, você disse “ahhh, claro”. Você respira fundo e pensa. Voa condor.

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