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As ideias básicas por trás do conceito de vida adulta, ao menos a vida adulta como venderam pra gente, são basicamente três: autonomia, estabilidade e maturidade.

Autonomia porque resolvemos nossas coisas sozinhos. Pagamos nossas contas sozinhos, moramos sozinhos, trabalhamos sozinhos, decidimos sozinhos. Mas trabalhamos em equipes, temos que consultar um chefe, arrumamos namoradas, passamos finais de semana na casa dos pais. Pedimos opinião dos amigos, consultamos resenhas na internet, temos happy hours com galera, nos sentimos sozinhos, trocamos piadas horríveis em grupos do whatsapp. Mandamos mensagens longas demais quando bebemos, vemos filmes que nos fazem lembrar de pessoas, queremos dividir com os outros aquela música. Escrevemos pra alcançar pessoas, viajamos pra encontrar pessoas, dormimos encostados em pessoas. Sentimos falta de outras pessoas de manhã.

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Quando pequeno a gente sempre imagina como vai ser quando crescer. Pensa em como vai ficar, se vamos ser altos, se vamos continuar gordinhos, se vamos melhorar com as garotas, se vamos poder ter um cachorro, se vamos dormir depois das 22:00, se vamos parar de ter pesadelos depois de ver filmes de terror. Se vamos crescer pra ser astronautas, se vamos conseguir morar na beira da praia, se vamos continuar jogando futebol todo dia, se vamos ter os mesmos amigos, se a gagueira vai passar,se vamos poder beber mais de um yakult por vez. E projetamos coisas, e estipulamos algumas metas infantis, alguns objetivos de criança, e ficamos imaginando que é assim que a vida adulta deveria ser, dentro da nossa visão de garotinhos do que a vida adulta é e de como um adulto deve se comportar. Continuar lendo

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Outro post de aniversário

E nesse mês de junho o Just Wrapped completou três anos de vida. Sim, três anos de vida, amigos. E isso, é claro, além de nos lembrar que o tempo passa, a vida acontece, e os anos não são medidos pelo sistema decimal – porque se eles fossem teríamos 3,6 deles e eu estaria certo quando faço aqueles cálculos do tipo “300 minutos igual a 3 horas” – também torna necessário que algumas coisas sejam ditas.

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Sobre o meu aniversário (2 de 2) : E sempre teremos Paris…

Seria meio idiota dizer aqui que 2009 tem sido um ano bom. Afinal, se vocês lêem o blog acabam sabendo de praticamente tudo que acontece na minha vida, de uma forma ou de outra (por sinal, eu vou sim lavar meu tênis azul, não me apressem) e provavelmente já sabem muito bem que esse ano vem superando todas as expectativas que eu tinha pra ele (que eram basicamente o não retorno de “Sob nova direção” e “A diarista” e não morrer). A temporada 2009 (sim, eu penso na minha vida em termos de temporadas como se ela fosse um seriado ou uma liga americana de hóquei. sério. eu tenho até programação mid-season) tem sido divertida, interessante, estimulante e diferente. Mudei de cidade, de emprego, de ritmo de vida, de nome (vocês não sabem, mas agora me chamo §). Conheci muita gente nova e legal e tentei não perder contato com as pessoas legais de antigamente. Tivemos aventura, romance (ok, pouco, mas tivemos), comédia, drama, tiros, explosões (eu moro no Rio, então…), invasões alienígenas, animais que jogam basquete e gorilas albinos que falam sem mexer os lábios, ou seja, tudo que um bom ano precisa ter. Ainda que o lance dos gorilas seja meio perturbador, não sei se vocês concordam.

E claro, tenho que ressaltar que tive o melhor aniversário dos últimos vários anos. Não vou entrar em muitos detalhes (mesmo porque eu não lembro exatamente de todos os detalhes) e nem vou citar todos os nomes das pessoas responsáveis (porque se eu fizesse isso iria parecer que eu estou saindo de um Big Brother – “Yuri, Ju, Natália, Kassie,Rafa, Bruno, Juliana, mãe, pai, tá todo mundo aqui! Bial! Bial!”), mas quero dizer que foi ótimo. A festa na sexta com muita cerveja e a presença de quase todo o pessoal aqui do Rio (nunca pensei que fosse ter tanta gente comigo numa mesa sem estar sofrendo uma cirurgia) foi algo entre o épico e o lendário, com destaque para a tequileira que tentou me agredir quando me serviu (mas acho que isso é parte do trabalho dela, ainda que ela parecesse estar se divertindo demais) e com a única menção negativa de que o ar-condicionado só começou a funcionar por volta das duas da manhã, quando eu já havia perdido metade dos líquidos do meu corpo.

Já no sábado teve a já citada festa-surpresa-sem-exatamente-nenhuma-surpresa-mas-que-me-surpreendeu-mesmo-assim em casa, seguida de barzinho e logo depois fomos para um show de uma banda cover do Los Hermanos. Sim, eu sei, banda cover de Los Hermanos no dia do seu aniversário é como ver “O Iluminado” antes de sair de férias, ver “A Profecia” antes de adotar uma criança ou ver aqueles vídeos sobre DST antes da sua primeira vez. Mas foi legal e a banda que tocou depois deles mandou Hash Pipe no bis final o que fez com que pela primeira vez em 15 anos os meus gritos bizarros de “toca Weezer” tivessem sido respondidos. Ou seja, foi um dia de aniversário sensacional, espetacular e mágico. Tipo, já disse que tocaram Hash Pipe? Sim, porque, tipo, tocaram Hash Pipe, cara! Sim, Hash Pipe! Hash “fucking” Pipe!

E ainda que demonstrar emoção (assim como andar de bicicleta, comer comidas com molho sem sujar a mesa e escolher roupas) não seja meu forte, eu queria agradecer a todo mundo por esse final de semana e por esse ano como um todo. Aos velhos amigos, aos amigos novos, aos velhos novos amigos, aos novos amigos que já estão ficando velhos, aos velhos amigos que não estão ficando mais novos e que eu acho que deveriam começar a se preocupar seriamente com problemas como a queda de cabelo e a osteoporose, aos novos amigos que eu chamo de “velho” e aos velhos amigos que estão namorando com meninas 8 anos mais novas. Vocês (tanto os presenciais quanto os não-presenciais) são os melhores amigos que um cara pode ter caso ele não possa fazer parte do Rat Pack e nem possa andar com os caras do Weezer pra cima e pra baixo.

E mesmo que o ano que vem não seja tão legal quanto esse (admitamos, é uma competição difícil), saibam que eu sempre vou ter as lembranças disso. É, pessoal, sempre teremos Paris, sempre teremos a tequileira, as risadas, o barzinho, o show e essas duas noites, ainda que eu espero que consertem o ar-condicionado logo. E claro, sempre teremos Hash Pipe. Porque, eu não sei se eu já disse, tocaram Hash Pipe no sábado, sabiam? Sério, cara, Hash Pipe!

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Sobre o meu aniversário (1 de 2) : No alarms and no surprises, please

Eu não me dou bem com festas surpresa. Eu sei que é chato falar uma coisa dessas porque muita gente costuma acreditar que a festa surpresa é o supra-sumo da demonstração de afeto humano no universo conhecido(“passamos o dia todo te ignorando e minando sua já fraquejante auto-estima fingindo que não nos lembramos do único dia no ano em que você é relativamente especial, mas em compensação nos organizamos pra te dar um puta susto e fazer seu músculo cardíaco perder seis anos de vida útil. Cool, huh?”) mas eu realmente não me dou bem com o conceito da coisa. E isso acontece por várias razões.

Primeiro porque a minha personalidade e o meu temperamento não combinam com festas surpresa. Sério, eu sou um cara pessimista e para alguém pessimista poucas coisas são mais aterrorizantes do que uma surpresa. Chernobyl? Foi uma surpresa. Ascensão de Hitler ao poder? Surpresa! Desastre do Titanic? Surpresa! Eu ter sido obrigado a ver o filme Titanic? Meu Deus, quem poderia imaginar?! Ou seja, pra mim o conceito de “surpresa agradável” funciona basicamente como o conceito de “música militar”, “bom filme da Xuxa” ou “uma grande partida do Dênis Marques”: uma contradição em termos.  Eu vejo pessoas saindo do escuro no meio da minha sala ou gritando comigo pelas minhas costas e vou provavelmente pensar que é uma invasão alienígena comandada por Inri Cristo visando obrigar todos a ouvir sua versão de “Just Dance” da Lady Gaga antes de achar que é uma comemoração de aniversário.

E claro,ainda tem uma coisa da qual pouca gente se toca mas que sempre passa pela minha cabeça quando me fazem uma festa assim: meus amigos e meus familiares se reuniram, pelas minhas costas, para tramar alguma coisa. Não sei vocês, mas eu acho isso perturbador! Minha mãe dando telefonemas escondida, meu irmão sumindo de casa sem explicação, meu melhor amigo fugindo de assuntos para não me dar pistas, tudo isso é meio aterrorizante, não? Fora que, ok, hoje foi uma festa, mas quem garante que amanhã não vai ser um assassinato, uma trama de extorsão, um golpe coletivo pra que eu pense que estou maluco e perca todos os meus bens?! Ok, eu exagerei, vou parar. Mas vocês entenderam como a espiral de paranóia funciona comigo.

E como se não bastasse isso ainda tem o meu histórico com esse tipo de festa. Ok, a desse ano foi legal (ainda mais porque a minha mãe me contou sobre a surpresa e eu mesmo telefonei para os meus amigos perguntando se eles não poderiam me surpreender uma hora mais tarde porque eu tinha que dar uma saída), mas as duas tentativas anteriores foram, não sei, confusas. Não que a festa que meus amigos organizaram na faculdade não tenha sido muito boa (na verdade a surpresa foi tão boa que eu achei que a festa era pra uma outra amiga minha e só fui notar que eu estava envolvido lá pelas últimas horas do evento) ou mesmo que aquela planejada pela minha ex-namorada nos tempos do colégio não tenha sido espetacular (afinal, o que pode surpreender mais um cara do que, assim que entra no próprio quarto e tira as calças, notar que as luzes se acendem e vários amigos da namorada, alguns que ele mal conhece, surgem de debaixo da cama e começam a gritar?), mas não sei, não acho que eu tenha sido capaz de pegar a graça do conceito como deveria.

Possivelmente eu sou apenas um cara resmungão e que não consegue processar bem certas manifestações de afeto um pouco mais engenhosas dos amigos (eu ainda fico perturbado quando a pessoa gasta semanas planejando uma festa pra você e te dá um par de meias, por exemplo) ou apenas uma cara resmungão e ponto, e tenho que admitir que o meu aniversário desse ano foi realmente muito bom (mas vou falar mais disso depois), mas como eu disse, não me dou bem com festas surpresas e espero que os meus aniversários continuem sendo divertidos e as pessoas continuem me avisando sobre o que querem fazer com ele. E claro, que não me surpreendam, por favor.

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Top 5 – Coisas que eu não vou fazer no meu aniversário

Uma tatuagem: Tatuagens são costumeiramente um sinal de rebeldia, autenticidade, capacidade de decisão, culto ao corpo ou de que você apenas bebeu demais e tem amigos sacanas. Ou seja, exceto o lance da bebida e dos amigos sacanas é algo que não tem nada, mas nada a ver comigo. Some a isso o terror patológico de agulhas (“peraí, não dá pra fazer isso com giz de cera? Hidrocor? Guache? Hein?”) e a absoluta incapacidade para tomar decisões de longo prazo (eu tenho problemas para escolher acompanhamentos no Spoletto, como posso tomar uma decisão sobre o que vai estar desenhado em mim pra vida toda?) e você vai ter uma pessoa que nunca, mas nunca vai ter uma tatuagem. E claro, ainda existem as questões de pura paranóia como “como eu vou saber se esse ideograma quer mesmo dizer felicidade e não ‘sou um podólatra comedor de polenta’?”, mas não vamos entrar nesse tipo de detalhe.

Ir numa boate de strip-tease: Não vou dizer que eu nunca tenha achado o conceito interessante, mas conforme eu fui crescendo eu acabei deixando de ver a magia inerente a uma casa de strippers. Ok, são mulheres atraentes (ou não) dançando nuas (ou não) e isso é um daqueles conceitos que, junto com batata frita e leite condensado, funciona independente de contexto, mas sempre bate aquela ponta de depressão pelo lado lamentável da situação. Afinal, no frigir dos ovos é um cara pagando para que uma mulher fique perto dele e o pior, sabendo que está pagando e que provavelmente ela só ficaria perto dele se ele realmente pagasse. Triste. E como se não bastasse isso, uma lata de coca-cola custa dez reais.

Juntar meus amigos num bar, ficar bêbado, cantar a garçonete até que ela me passe o telefone dela e no dia seguinte estar tão sem graça com a atitude da véspera que não tenho coragem de telefonar: Bah, já fiz isso ano passado e não vou repetir a programação. Eu superei essa fase. Fora que depois de ver pessoas se dando mal com argumentos bem mais fortes como “o prédio está pegando fogo e nós todos vamos morrer, quer ficar comigo?” e “tenho mais 72 horas de vida, você podia me dar um beijo?” eu comecei a achar que “oi, sabia que hoje é meu aniversário?” não é um começo de conversa que vá me levar a algum lugar interessante.

Fazer um programa de pai e filho: Por alguma razão estranha que eu nunca vou conseguir compreender, o meu pai acha que o meu aniversário é no dia 9 e não no dia 7, e isso desde que eu era garoto, o que faz com que ele sempre me dê os parabéns por volta do dia 12 ou 15 (meu pai acha que é dia 9 mas se esquece mesmo assim) e eu receba um presente por volta do dia 10 de dezembro (quando ele acha que é o aniversário do meu irmão, que na verdade acontece no dia 7 de dezembro) . Com isso eu desconfio que um almoço de pai e filho entre eu e ele para comemorar meu aniversário iria acontecer ali por volta de meados de agosto de 2010, quando eu possivelmente já teria morrido de fome ou gasto 5000 reais em couvert.

Ir a uma sessão de “Homem-Aranha – Ação e aventura”: Sim, eu realmente pensei nisso, sério. Eu sei, eu sei, é pra crianças, eu sei, é uma peça musical com pessoas presas em cordas e eu sei, eu teria que ir sozinho e provavelmente contratar o filho pequeno de alguém para que eu usasse como pretexto. Mas pô, é o Homema-Aranha, cara! E eles prometem ação e aventura! Como isso poderia ser ruim?

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Top 5 – Grandes lições aprendidas com o Yuri

Yuri

Como boa parte de vocês sabe, eu tenho um grande amigo chamado Yuri. Na verdade mais do que um amigo Yuri é quase um irmão. Na verdade mais do que um irmão Yuri é um irmão mais velho, uma figura de referência. Quer dizer, na verdade mais do que um irmão mais velho Yuri é um guru, um cara a quem eu recorro quando surgem dúvidas filosóficas realmente importantes em minha vida (“não existe ‘quina pra nada’ em pôquer, certo?”) e com cuja sabedoria e supervisão eu sei que sempre posso contar. Na verdade mais do que uma figura de referência, um guru, Yuri é…é…é, um guru que usa camisas do Olodum mesmo sendo fã de Metallica. E nada melhor na véspera do aniversário desse grande amigo do que compartilhar com vocês algumas das grandes lições e orientações de vida que eu recebi dele durante esses mais de dez anos de amizade. Parabéns Yuri, feliz aniversário, boa sorte com esses 25 anos.

Não existe mulher impossível, existe cantada ruim” – Com essa frase Yuri tenta nos demonstrar que todo e qualquer objetivo é atingível se abordado da forma certa e com o nível de esforço necessário. Mais do que dizer que sim, dá pra ficar com a mulher que você quiser se você souber atingir o nível de exigência dela (algumas podem exigir que você nasça de novo, mas bah, se o Mario e o Luigi fazem isso direto, por que não você?), a mensagem central é de que tudo é possível, sonhos existem para ser sonhados e as únicas coisas que limitam um homem são os limites que ele mesmo se impõe. E claro, dá pra ficar com qualquer mulher se você souber chegar do jeito certo. Quer dizer, ao menos pro Yuri dá, eu sinceramente nunca acreditei nesse papo.

“Você nunca está velho demais para o carnaval de Rio Branco” – Mais uma vez Yuri usa de uma metáfora simples para nos dizer que nunca é tarde demais para nada. Não, com isso ele evidentemente não quis dizer apenas que nós não devemos nos sentir ridículos por estarmos aos 25 anos sentados numa praça aproveitando um carnaval em que todo mundo parece ter 19, que deveríamos repensar nosso conceito de maturidade depois de gastarmos horas dizendo “Ei, você conhece o Bruno?” ou mesmo de incentivarmos o John a abordar mulheres enquanto dança com uma latinha de cerveja na cabeça. Não, nada disso. Yuri quer nos mostrar que a juventude de que precisamos existe em nossos corações, em nossas mentes e isso não tem nenhuma relação com o fato de que a viagem para Rio Branco é mais barata e por isso sobra mais dinheiro pra bebida.

“Nós não batemos. O Gol preto é que nos cortou” – Com essa frase Yuri nos ensina não apenas que se deve mentir pro pessoal do seguro quando necessário como também que se culpar não leva a nada nessa vida. Pra que acumular nas suas costas tanta culpa e tanto peso que evidentemente não vão acrescentar nada ao seu aprendizado e ao seu crescimento como ser humano? Não deu certo? Deu merda?  Fodeu tudo? Você saiu dirigindo bêbado logo na saída do JF Folia,colocou 200 km/h numa reta de 500 m, entrou em cheio na rotatória e agora tem um cara de bicicleta te dizendo que ta vazando óleo? Relaxa, foi culpa do maldito cara do Gol Preto que cortou a gente. Filho da mãe! E disso se tira, é claro, outra lição, a de que a trajetória circular diante de uma rotatória não é uma regra, apenas uma sugestão bem embasada.

“Ei, esse whisky é legítimo, estou te falando” – Com esta declaração, dada diante da garrafa de uma bebida de cor âmbar em cujo rótulo se lia “Hecho en La Estrada del camiño de Asunción, Escotchia”, Yuri nos demonstra que acima de tudo é preciso acreditar. Acreditar que a Escócia agora fica ali perto do Uruguai, acreditar que aquela festa no Sítio do Vicentão ia mesmo ser legal, acreditar que nunca iríamos apanhar naquela festa de quinze anos, acreditar que aquela bola que o Ramos chutou iria mesmo pra fora. Sim, Yuri tal qual um Obama de outra cor, outro peso, outra religião, outra nacionalidade e…bem, tal qual um Obama que não se parece em nada com o Obama, diz que acima de tudo devemos acreditar.

“Qualquer coisa se torna comestível com a quantidade certa de parmesão” – Com essa frase Yuri nos mostra que não sabe cozinhar. E que consegue dizer coisas muito esquisitonas de vez em quando, se você for parar pra pensar…

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Birthday Post

Eu nunca curti muito o meu aniversário. Não por razões lógicas e profundas, como o medo de envelhecer, a solidão universal ou coisa do tipo. Na verdade tem mais a ver com eu sempre ganhar roupas de presente (eu odeio ganhar roupas), com novembro ser um mês irritantemente quente (eu odeio calor) e com o fato de ser uma dessas datas especiais que só são especiais pra mim, o que dá uma sensação idiota de que o mundo está me ignorando, que eu não tenho no natal ou na páscoa, quando todo mundo está sem fazer nada também. Fora que ser meu aniversário não torna o dia feriado, então eu tenho que estudar ou trabalhar do mesmo jeito. Ou seja, baita dia especial sem graça.

Esse ano a falta de graça natural do meu aniversário foi somada á falta de graça natural das piadas referentes à minha idade. Sim, estou fazendo 24 anos e, claro, isso é deixa para todo tipo de piada infame possível que fossa fazer menção a uma possível mudança de opção sexual de minha parte. Ha. Ha. Ha…Ha. Mas não quero pensar nisso…

Mas é claro, apesar de todos os pesares, existe o ponto bom. Consegui, graças a meu domingo trabalhando como mesário no segundo turno das eleições, dois dias de folga do trabalho, e decidi aproveitar essa “recompensa cívica” para não ter que passar nem o meu aniversário e nem meu primeiro dia pós-aniversário usando um head-set e atendendo clientes que me ameaçam de morte. Claro, segunda-feira eu volto pra essa rotina, mas também não quero pensar nisso.

Mas vamos à empolgante programação comemorativa do meu aniversário de 24 anos, repleta de emoções e diversão.

07/11 : Sexta-feira

11:00 – Acordar. Afinal, é meu aniversário e eu tenho o direito de dormir até tarde.

12:30 – Almoçar fora de casa. Porque é meu aniversário e eu vou estar com preguiça de cozinhar. Afinal, quase todo dia eu tenho preguiça de cozinhar.

12:50 – Voltar pra casa e cochilar até o começo da tarde.

14:00 – Ir até o shopping.

14:30 – Assistir ao filme novo do Guy Ritchie. Eu não vou dizer que o filme se chama Rocknrolla. Isso seria uma piada fácil demais no dia em que eu faço 24.

17:00 – Passar na livraria do shopping e comprar um DVD e um livro para me dar de presente.

17:30 – Parar no Burger King e pedir um lanche que envolva algum brinde engraçadinho.

18:00 – Entregar os presentes para mim fazendo cara de surpresa e dizendo a mim mesmo que “não precisava”.

19:00 – Assistir a Quantum of Solace pra poder dizer que não foi tão bom quanto Cassino Royale.

21:00 – Tomar um sorvete antes de voltar pra casa.

21:05 – Voltar pra casa. Sim, eu tomo sorvete muito rápido, fazer o que?

22:00 – Ajeitar o sofá e começar a maratona da segunda temporada de Heroes

22:01 – Ouvir minha mãe reclamando que eu deveria dormir cedo.

22:02 – Voltar à maratona de Heroes.

04:00 – Ir dormir porque estarei cansado e a pipoca vai ter acabado. Mas eu poderia comprar mais pipoca…Pensarei nisso…

08/11: Sábado

12:30 – Acordar. Afinal, eu estou ficando velho e pessoas velhas acordam tarde. Na verdade acho que elas acordam cedo…Mas que se dane…

13:00 – Almoço baseado no bolo que a minha mãe fez na véspera.

13:30 – Cochilo da tarde.

15:30 – Maratona “Woody Allen sem legendas”.

19:30 – Telefonema do meu pai desejando parabéns para o meu irmão.

19:34 – Telefonema do meu pai perguntando se é mesmo meu irmão que está fazendo aniversário.

19:37 – Telefonema do meu pai me desejando parabéns pelos meus 22 anos e perguntando como eu estou indo na faculdade.

22:00 – Saída para o bar para comemoração com amigos.

22:05 – Chegada no bar e começo do arrependimento devido a minha fobia de eventos sociais.

22:10 – Início do pensamento positivo pra que ninguém apareça.

22:20 – Chegam as primeiras pessoas e começa a soar mal caso eu vá pra casa.

22:30 – Começo a beber e achar as pessoas divertidas.

23:00 – Começo a achar as pessoas extremamente divertidas.

00:30 – Bate a depressão.

00:45 – Bebo até afogar a depressão.

01:00 – 03:00 – Fase do borrão, aonde as pessoas começam a ir embora sem que eu note e quando eu reparo sobramos apenas eu, Yuri e meu irmão.

05:00 – Retorno ao lar.

Domingo: 09/11

08:30 – Acordar para ir jogar futebol.

09:30 – 14:00 – Futebol society.

15:00 – Preparação para ver futebol na TV.

16:00 – Futebol na TV.

18:00 – Cochilo pós-futebol na TV.

20:00 – Mesa redonda na TVE.

22:00 – Pizza com meu pai, pra que ele me pergunte quando eu me formo e como vai meu namoro com a Ana Paula.

23:30 – Retorno ao lar.

24:00 – Seriados no SBT

02:00 – Dormir.

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Lista oficial de presentes para o meu aniversário

– DVD ou VHS de qualquer filme do Kevin Smith (eu só tenho eles pirateados e gostaria de ter os filmes com capinha, extras e coisas do tipo)

– “Master”, o jogo. Ainda se vende isso, alguém sabe? Mas “Imagem e Ação” tá valendo também

– Pôsteres de filmes da década de 50/60.

– Uma máscara de goleiro de hóquei.

– Bonecos articulados de personagens de quadrinhos. Tá valendo até o Super-Choque.

– Qualquer livro do Nick Hornby, menos o “Como ser legal”, que eu já tenho.

– Um peixe beta azul.

– Os livros 2,3 ou 4 do “Guia do Mochileiro das Galáxias”

– A trilogia do Homem-Aranha em DVD.

– Um frango de borracha.

– Uma fantasia de coelho.

– Um “CD-coletânea” do Belchior.

– Garrafas de vodca de qualquer marca.

-Qualquer marca mesmo.

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Post anual sobre o aniversário do Yuri

Eu e Yuri nos conhecemos em Bogotá, em 1974. Ele estava em uma clínica de reabilitação para dependentes sexuais/fãs de Metallica/bebedores de coca-cola e eu estava lá apenas para passar o final de semana porque eu acho clínicas de reabilitação divertidas. Em duas semanas internados em quartos contíguos, nós, apenas nos comunicando através do vão da porta, conseguimos descobrir a cura para o câncer, a Aids, o Ebóla, e em parceria com Nelson Motta, compusemos “A Cura”, para o Lulu Santos. Foi nesse ponto que os médicos do local acharam que nossos casos eram graves demais (afinal, músicas para o Lulu Santos…meu Deus…) e nos deram alta, nos enviando para Malta, a ilha. De onde nós rapidamente voltamos, porque não tinha nada de legal por lá.

Foi uma imensa surpresa então quando nos reencontramos no Colégio Militar, em 3657 (pelo calendário judaico). Lá nos tornamos novamente amigos, fundamos um jornal, fomos punidos por termos fundado um jornal, continuamos o jornal mesmo assim, e quando todos já tinham se acostumado nós paramos com o jornal, apenas porque somos babacas. Foi graças à Yuri que conheci a lendária Visconde do Rio Branco, onde desenvolvi uma dupla personalidade, engordei sei lá quantos quilos, tomei os maiores porres da minha vida e descobri que “não sou praieiro, tô solteiro, funileiro e vou pular no cesto de lixo”.

Yuri também estava próximo quando apanhei (e ele mais ainda) naquela maldita festa de 15 anos onde um amigo nosso foi príncipe, quando meus dois namoros terminaram, quando meu pai perdeu o emprego, quando eu estava jogado em casa sem dinheiro, quando meu avô morreu e naquela noite em que eu quase entrei em coma alcoólico por causa de vodca russa feita em Cuiabá. Ou seja, apesar de não me dar sorte, Yuri é alguém com quem eu posso contar.

Durante todos esses anos Yuri foi meu amigo, colega, goleiro esporádico e editor. Ainda que eu não tenha publicado nada…E em mais de dez anos de amizade eu posso dizer, com convicção, que Yuri só vacilou comigo uma vez. E sempre se pode dizer em defesa dele que a bola fez uma curva, ele realmente achou que poderia dar um golpe de vista e o Ramos nunca mais vai acertar um chute daqueles.

É por essas e outras razões que gostaria de usar esse espaço para desejar as mais sinceras felicidades ao Yuri, assim como os meus parabéns. Não só pelo seu duplo 12 como também, e tão importante para você quanto, pelo fato do Metallica ter voltado a lançar discos decentes. Já era tempo, pô…

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