Mais 4 sinopses para comédias românticas contemporâneas

man_seeking_woman-2015-season_2_trailer_screenshot

Casal apaixonado mas com várias diferenças de personalidade e temperamento, vive relacionamento longo mas tempestuoso, até que a mocinha recebe uma proposta para trabalhar em outro país. Obrigada a escolher entre o relacionamento e sua carreira, ela parece ter decidido ficar até que mais uma discussão a faz questionar o futuro daquele romance e concluir que talvez o melhor seja mesmo investir nela mesma. Já no saguão do aeroporto, se preparando para o embarque, um apaixonado mocinho invade o local e, carregando uma caixa de som, faz emocionante discurso e promete que se ela ficar tudo vai dar certo, tudo vai ser melhor, tudo vai ser pra sempre. Ela fica. Dois meses depois eles terminam. A oferta de emprego no exterior não apenas foi retirada como, por conta da crise, ela perde o antigo trabalho. Ela odeia o ex-namorado pra sempre. Ele precisou vender a caixa de som e voltou a morar com a mãe no interior de Minas Gerais.

Depois de várias reviravoltas e indecisões, mocinha larga seu namorado sério, estável e vagamente cafajeste para redescobrir a paixão com um cara desconhecido, engraçado e imprevisível que ela conheceu em uma livraria enquanto os dois procuravam pelo mesmo livro não tão famoso. Depois de seis meses ela percebe que o que antes ela achava engraçado agora é imaturo, o que antes ela achava imprevisível era apenas total falta de qualquer senso de perspectiva e não havia nada além disso para conhecer. Ah, e ele também é vagamente cafajeste. Orgulhosa demais, ela se recusa a admitir que tomou a decisão errada investindo naquela relação e eles continuam juntos por mais um ano. Quando eles terminam a primeira frase que a mãe dela diz é “o que te passou pela cabeça, Mariana, sério?”

Após meses de insistência, os nossos protagonistas aceitam finalmente aquele encontro às escuras arranjado pelo colega de escritório dele e pela irmã dela, que sempre falaram que eles eram perfeitos um para o outro. Ele, cético no começo, acaba se apaixonando pela maneira dela de ver o mundo, pelo jeito dela de falar do trabalho, pela maneira empolgada como ela defende as coisas em que ela acredita. O cabelo curto, os olhos castanhos, a voz rouquinha e o sorriso que escapava pelo canto do rosto. Ele precisou de só uma noite pra saber que iria querer ver aquela garota por todas as noites que viessem depois. No dia seguinte, enquanto ele, sorrindo no escritório, esperava que ela respondesse aquela mensagem, ela, na casa da irmã, dizia “ah, eu dei o telefone errado mesmo, você não pode me culpar, foram as duas horas mais longas da minha vida, meu deus, eu prefiro tomar uma surra de bambu a sair com aquele animal ele de novo”.

Tudo aconteceu muito rápido. Ela olhou pra ele, ele do outro lado da pista de dança. Ela sorriu. Ele retribuiu o sorriso, um pouco sem graça. Quando a música parou ele foi até o bar. Antes que eles se dessem conta a festa já tinha acabado, todos os amigos tinham ido embora, eles tinham conversado a noite toda. Sentados na calçada, o primeiro beijo teve menos a sensação de novo e mais a de reencontrar alguma coisa há um certo tempo perdida. Encostada no ombro dele ela se sentia em casa, olhando nos olhos dela ele se sentiu completo. Na manhã seguinte, na mesa do café, ela perguntou se ele também tinha sentido. Sem que ela precisasse explicar o que, ele disse que sim. Aquilo era diferente. Aquilo era real. Decidiram na hora: nunca mais iriam se ver. Ela tava transando como nunca tinha transado na vida, assim, direto, um cara por semana, esmerilhando mesmo, top, e ele tinha acabado de ficar solteiro, tava finalmente tendo tempo pra jogar Fable 3 e ouvir todos aqueles podcasts, já tinha comprado pacote de viagem da CVC pra uma semana na Europa, ninguém ali precisava namorar, nossa, seria uma ideia merda demais. Se despediram com um longo beijo e enquanto ele saía pela porta ela pensou “nossa, desde ontem de noite que eu não vejo meu tinder, será se tem match novo?”.

Deixe um comentário

Arquivado em contos, Desocupações, romantismo desperdiçado, Sem Categoria, situações limite, Vacilo

Deixe um comentário